Nasceu em 1746 na Fazenda do Pombal – Margem direita do Rio das Mortes na Vila de São João Del Rey. Hoje a Fazenda do Pombal faz parte da Floresta Nacional de Ritápolis e fica há 12 km de São João Del Rey. No local, restam apenas ruínas de um Engenho de Cana, além dos alicerces da antiga sede e resquícios de uma Ponte Ferroviária.
Entrou no Exercito na Companhia dos Dragões da Vila Rica, foi promovido de Comandante a “Alferes” em março de 1775. Em 1787, perdeu o posto de “Comandante da Patrucitolha”, não conseguiu ser promovido na carreira militar, acabou largando o Exército.
Em agosto de 1788, retorna a Vila Rica onde encontra o povo em profunda inquietação, visto que o Visconde de Barbacena, Governador da Capitania das Minas Gerais, anunciava a cobrança com rigor do “Débito da Derrama”.
A Derrama era um Imposto criado em 1762 pela Coroa Portuguesa, no montante de 100 arrobas de ouro anual, a ser pago pela população das Capitanias das Minas Gerais, com a finalidade de cobrir a queda de produção de ouro.
A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro, pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do Século XVIII, o Brasil sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altos impostos e taxas. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de Leis, que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial no Brasil. Em 1785 foi decretada uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.
Outras imposições do Governo Português, traziam grande descontentamento à população. Foi fundado o Clube “Arcádia Ultramarina”, com a finalidade de levar o povo a não pagar a Derrama, as Côngruas e sobre o Ouro minerado, discutia-se também, a proclamação de um Território Independente de Portugal.
O lema da bandeira do clube dos poetas foi proposto por Claudio Manoel da Costa, um triangulo com a frase “Libertas que será Tamem” – Liberdade antes que Tardia.
O Coronel Joaquim Silvério dos Reis que ouvira inconfidências de Tiradentes, denunciou a insurreição ao Visconde de Barbacena, que imediatamente, suspendeu a Derrama, uma vez que o movimentoarmado iria ter início no dia da cobrança dos impostos atrasados.
Deu-se inicio a devassa da Inconfidência Mineira ou a Conjuração Mineira, coma prisão de seus líderes. Dias antes, Tiradentes viajara para o Rio de Janeiro, com a finalidade de angariar fundos para a empreitada,
Foi preso em 12 de maio de 1789 na Rua dos Latoeiros, hoje denominada Gonçalves Dias, sem oferecer resistência e não negou sua participação na Inconfidência. Os demais envolvidos “abjuraram” (renunciar pública e/ou solenemente) suas participações e a Rainha D.Maria I de Portugal, comutou as suas penas de morte em 20 de abril de 1792, para o degredo perpétuo, (pena de desterro ou exílio imposta judicialmente em caráter excepcional como punição de um crime grave, constituindo uma forma de banimento) deportando-os para África. Já os religiosos tiveram processos a parte e após condenados, foram enviados a Portugal, enquanto que Claudio Manoel da Costa, que se defendera em cartas, acusando companheiros da Conspiração, suicidou-se na prisão.
Às 12 horas do dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado, foi esquartejado, sendo que sua cabeça foi para Vila Rica, os seus membros foram fincados em postes na estrada entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, sua casa foi destruída e sobre suas Terras foi jogado “Sal”. E todos os seus bens foram confiscados para a Coroa e Câmara Real.
A MAÇONARIA – Embora tenhamos indicios de que a Maçonaria, não como Instituição, mas Maçons individualmente, tenham participado da Inconfidência, não há documentos comprobatórios, visto que alguns Maçons haviam sido iniciados em Coimbra enquanto estudantes.
No tocante a a probabilidade de Tiradentes ter sido iniciado Maçom, não existe qualquer registro nos “7 Volumes dos Autos da Devassa” da Inconfidência Mineira, publicados pela Biblioteca Nacional (1936), assim como não há, qualquer referência a iniciação na Maçonaria.
O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, sancionou como Presidente da República a Lei 4897 de 9 de dezembro de 1965, que instituiu o dia 21 de abril como Feriado Nacional e Tiradentes como Patrono da Nação Brasileira.