A Maçonaria e, antes de tudo, uma instituição física, sua finalidade e a propagação de sua filosofia todas suas atividades, sociais ou políticas, não são mais que aplicações dessa filosofia ao campo político-social.
Uma filosofia, seja qual for, e um esforço do homem para conhecer as mesmo e definir sua posição no conjunto das coisas e dos seres que o cercam, com objetivo de extrair desse conhecimento de sí mesmo e do modo exterior uma norma de conduta.
Possuísse o homem perfeito conhecimento do universo, a filosofia seria a ciência exata não haveria diferentes filosofias e sim “A FILOSOFIA. Porém, longe está a filosofia de se constituir uma ciência, ela e apenas a busca das respostas aos problemas humanos baseada em hipóteses varias, especulação conduzida, ora num sentido, ora noutro; daí as diferentes concepções e consequentes escolas ou doutrinas filosóficas.
Alicerçam-se as diferentes filosofias em determinados postulados fundamentais, adotar uma filosofia e necessariamente admitir como verdade os seus postulados A filósofIa universal seria aquela cujos postulados fossem tão amplos, tão gerais, que satisfizessem as leis da natureza humana, tantas são as influências que recebe nosso espírito. Tal filosofia seria a vaga que inexpressiva e inútil.
A filosofia maçônica e uma filosofia espiritualista, ela admite a evolução continua e harmônica do universo, sob leis imutáveis, expressão de uma inteligência suprema – o princípio criador, que denominamos GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO
São esses os postulados maçônicos. tão amplos que se ajustam a quaisquer doutrinas espiritualistas e se não satisfazem também as concepções materialistas, todavia não se chocam com aquelas que admitem a regência do universo por um sistema de leis imutáveis.
Posto que assim amplos e aceitáveis por qualquer espírito dotado de senso comum. nem por isso erigem os postulados maçônicos em dogmas intangíveis, não constituem limites à livre investigação da verdade, porquanto a própria maneira de compreendê-los e interpretar é susceptível de evolução no íntimo de cada um.
O filosofo maçom procura sabidamente ajustar se a Harmonia que tudo preside no universo, evitando o destarte, os choques atos que causam a felicidade humana. Inicialmente ele procura a harmonia interior disciplinando seus sentimentos, burilando seu caráter, conquistando seu equilíbrio espiritual. Senhor de sí controla perfeitamente suas ações, dominas suas paixões, seus instintos irracionais, seus impulsos egoísticos evoluindo espiritualmente, o maçom aprende a desprezar as ambições puramente materiais que perturbam a paz interior e o fazem insatisfeito, frustrado e infeliz.
Assim, dominado o “ego”, fácil é conquistar a harmonia com o mundo exterior, porque o maçom sente se integrante do universo, como peça necessária, e não como simples espectador, ou mesmo adversário de tudo e de todos. Os impulsos vão cedendo lugar ao altruísmo e o ajustamento vai tornando-se cada vez mais espontâneo, a integração cada vez mais perfeita; é a felicidade a que devemos aspirar.
A procura da harmonia com o mundo exterior gera o sentimento de fraternidade, expressão do amor do indivíduo por seus semelhantes; é um modo de ser que se traduz por solidariedade, tolerância e lealdade. O equilíbrio espiritual gera, portanto, a conduta altruística. Reciprocamente, a prática do bem – expressão de altruísmo – reflete-se sobre o espírito, fortalecendo-o e tornando-o mais estavelmente equilibrado. A prática do bem é, pois, para o maçom, a norma da ação natural, porque através dela ele se sente integrado no cosmos e conquista paz interior, que é a verdadeira felicidade.
Para tornar sua doutrina mais facilmente assimilável, como também para inspirar conceitos mais amplos, a Maçonaria transmite seus ensinamentos por meio de símbolos. Cada maçom vê esses símbolos conforme seu grau de evolução, sem, contudo, afastar-se dos fundamentos da doutrina. Assim, todos poderão evoluir sem se submeter a padrões excessivamente rígidos, sem forçar seu modo de será medida em que vão evoluindo, vão encontrando horizontes mais vastos, interpretações cada vez mais completas, mais amplas, mais perfeitas. E integração evolutiva no conceito universal.
Tal como em relação ao indivíduo, a doutrina maçônica deve proporcionar à própria Ordem, considerada como um todo, uma norma de conduta. Essa norma de conduta, para ser coerente com os fundamentos da doutrina, não pode deixar de ser harmoniosa, pacífica, tolerante, paciente, construtiva. Longe de preconizar violência, a Maçonaria não agride; apenas defende-se dos ataques que recebe.
Infelizmente, os sentimentos egoísticos opostos, como vimos, à harmonia que a tudo preside no universo, geram forças nefastas em luta constante contra as forças do bem e, portanto, contra a Maçonaria. Procurando manter as massas na ignorância e na escravidão aos preconceitos, as forças egoísticas provocam as manifestações de intolerância, ódio e injustiça; fomentam a exploração do homem pelo homem, a tirania, as lutas sociais, as guerras e todas as demais formas de atrito e choques que tornam a humanidade sofredora. Esta é a luta permanente, que é a própria razão de ser de nossa Ordem.
No campo político-social, os objetivos da Ordem, decorrentes dos seus princípios filosóficos, são resumidos no lema “LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE”.
A liberdade de consciência e, portanto, de opinião, é irrestrita. A liberdade de ação, contudo, é limitada
pela liberdade alheia; a liberdade do indivíduo não pode ferir os direitos de outrem, inclusive o próprio direito de ser livre. A liberdade é, assim, subordinada ao bem-estar coletivo. Para que a liberdade de crença e de opinião não crie dissenções no seio da Ordem, a Maçonaria não permite discussões políticas ou religiosas sectárias em seus trabalhos, nem manifestações de tal natureza em seu nome e sob a qualidade de maçom.
A igualdade deve ser entendida como igualdade de direitos em igualdade de condições, sem distinção de castas, raças ou grupos sociais (políticos, religiosos, econômicos etc.). A igualdade não é, portanto, o nivelamento puro e simples dos indivíduos, pois estes diferem entre si pelo seu valor, decorrente das qualidades pessoais. Cada um presta à coletividade serviço de maior ou menor importância, merecendo, em retribuição, prerrogativas correspondentes à sua função social.
A fraternidade é a expressão do amor ao próximo e da solidariedade humana. Tal como a igualdade, a fraternidade não deve ser entendida como nivelamento de indivíduos, ignorando-se a diferenciação natural que decorre do mérito de cada um. A fraternidade exclui aqueles mesmos preconceitos, aquelas mesmas distinções que a igualdade recusa, mas faz tábua rasa do valor pessoal de cada um. A grande família humana, como qualquer família, possui membros de maior ou menor valor social, reconhecer esses diferentes valores é comezinha justiça.